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A nova e a antiga Luz

Histórico

O bairro da Luz já foi um vasto campo pantanoso. Seu nome era Campo do Guaré ou Caminho do Guarepe – em linguagem indígena “matas em terras molhadas” – porque em épocas de chuva os rios Tamanduateí e Tietê transbordavam e inundavam o local.

O nome Luz veio no período em que eram distribuídas datas e sesmarias pela metrópole aos colonizadores portugueses. Uma dessas datas foi doada em 1583 a Domingos Luiz – mais conhecido como o Carvoeiro. Em sua terra, Domingos Luiz ergueu uma ermida em homenagem à sua santa de devoção Nossa Senhora da Luz, cunhando definitivamente o nome do bairro.

O antigo caminho do Guaré foi ocupado durante muito tempo por fazendas e o gado andava solto pelos pastos. Mas, pouco a pouco, pântanos foram aterrados, pontes construídas e locais como o Jardim da Luz e o Seminário Episcopal foram erguidos.

Dessa forma, o bairro recebeu em 1865 a Estação da Luz e logo depois, nas suas proximidades, a Estação Sorocabana, o que gerou profundas mudanças no bairro. A área se valorizou e a administração pública realizou obras de melhoria integrando o bairro ao centro da cidade. O comércio no entorno da estação diversificou-se para atender os viajantes com hotéis e restaurantes.

A Luz se tornou um local apropriado para o lazer das famílias. A atual Avenida Tiradentes era um local arborizado, os paulistanos freqüentavam o Jardim da Luz nos finais de semana. Nos Campos Elíseos, bairro vizinho, a elite do café construiu seus palacetes, atualmente e um Museu da Resistência. E bairros populares surgiram nas proximidades para abrigar os trabalhadores das ferrovias e do comércio local.

A partir de 1985 o Bairro da Luz e seu entorno foram se transformando. Na década de 90, a região foi tomada por usuários de crack, que como conseqüência trouxe o aumento do tráfico de drogas e do crime.

Por anos, o bairro da Luz parece que foi esquecido, e a situação foi se agravando. A região ficou muito degrada e ganhou o apelido pejorativo de “Cracolândia”, devido ao grande número de usuários de crack nas ruas.

Atualmente, andando pela Luz o que se vê são inúmeras demolições e os chamados “nóias” que usam crack em qualquer lugar da região inclusive na frente de policiais a luz do dia.

De acordo com entrevistas de dois antigos moradores da região, podemos traçar um panorama do que foi o Bairro da Luz e quais são as melhorarias que eles esperam com o projeto de revitalização.

Usuários de crack, considerado pelos moradores o grande desafio para a região da Luz

Foto: A TARDE On Line

Entrevistas

Nome: Julio Cesar Gandarilla  Fuentes Profissão: Operador  de Empilhadeira.

1- Há quanto tempo o Sr. Mora na região da Luz?

11 anos ao todo,  7 anos na Antiga Luz e 4 anos na “nova”.

2- Como era a antiga Luz?

Não tinha como andar pela região, pois a região era um caos, tinha pessoas se drogando, criança e adultos se prostituindo, tiroteio, tráfico de drogas, assaltos em frente a policiais que não faziam nada.

3- Como é para o Sr. a Nova Luz?

É um pouco mais calmo, você pode andar na rua mais sossegado, já não há tanta violência, pois há mais policiais na rua. Mas, têm alguns problemas que ainda não se resolveram, por exemplo, o tráfico de drogas e os “nóias” que se espalharam por toda região. Antigamente eles se concentravam onde ficava o prédio da antiga rodoviária, agora estão por toda parte.

4- Qual são as diferenças da antiga e nova luz?

As diferenças ainda não são muito visíveis. O bairro continua o mesmo, com exceção das diversas desapropriações, demolições e diminuição da violência.

5- Se você tivesse poder para mudar algo no bairro o que faria?

Acabaria com o tráfico de drogas, tiraria as pessoas que se drogam nas ruas e nos cortiços e as que se prostituem também.

6- Como faria isso?

Investia em mais na segurança, em ações articuladas e num centro de recuperação para usuários de drogas.

Nome: Robert  dos Santos Profissão: Cobrador de ônibus e segurança.

1- Há quanto tempo o Sr. Mora na região da Luz?

Moro aqui há 16 anos.

2- Como era a antiga Luz?

Antigamente não havia muita violência, nem tantos “nóias” como hoje em dia. Devagar, as coisas estão melhorando, mas acredito que as verdadeiras mudanças ainda vão demorar muito para acontecer.

3- Como é para o Sr. a nova luz?

O grande problema da Luz e com certeza o maior desafio para o governo é o tráfico de drogas. Há inúmeras pessoas vendendo crack nas ruas.

4- Qual são as diferenças da antiga e nova luz?

Há muita diferença, pois antigamente o bairro era mais tranquilo, os “nóias” se concentravam em algumas ruas. Agora, somos abordados o tempo todo por eles, que pedem dinheiro, e se negamos, muitas vezes nos ameaçam e nos assaltam.

5- Se você tivesse poder para mudar algo no bairro o que faria?

Percebo que as pessoas têm modos diferentes de pensar as questões do bairro, umas reclamam do lixo, outras da precariedade das moradias, mas  todos falam da violência e do tráfico de drogas.

Por: Guadalupe Leydy Laura – oficina de comunicação


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Nova Luz, em SP, deve desapropriar 89 imóveis

O projeto que pretende revitalizar a cracolândia e transformar a região com bulevares e praças inspiradas em Barcelona e Nova York deve levar à desapropriação de pelo menos 89 imóveis – sendo 3 estacionamentos, 27 prédios e 59 galpões ou loja. Esse número diz respeito apenas às melhorias urbanas, como a criação de parques, ciclovias e calçadões.

A maior parte das desapropriações, segundo o governo, virá de investimentos do mercado imobiliário, que poderá construir em mais de 20 quarteirões. O governo municipal já recebeu do consórcio responsável pelo estudo urbanístico da Nova Luz o mapa preliminar das desapropriações e o estudo de viabilidade econômica do projeto, que mostra onde e quanto o mercado imobiliário poderá lucrar na área – os dois trabalhos ainda não foram divulgados.

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano informou que ainda não é possível precisar o número total de desapropriações, porque os estudos não estão completos e haverá audiências públicas. Entre as informações divulgadas na apresentação da primeira fase do projeto está um mapeamento que aponta quem é o morador da região da Luz atualmente e também o perfil que o consórcio espera atrair para viver na Nova Luz.

Atualmente, diz o estudo, cinco tipos de moradores vivem na cracolândia: pequenos proprietários de empresas que trabalham de casa, comerciantes de lojas de eletrônicos, de motos, imigrantes legais e pessoas que vivem há anos no local e são proprietárias de pequenos negócios                                     

Fonte: O Estado de S.Paulo                                                                                                               

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Nova Luz terá espaço de lazer

O projeto preliminar da Nova Luz, região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo, deve priorizar a locomoção de pedestres e ciclistas. A proposta foi apresentada, na manhã desta quarta-feira (17), pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem.

O projeto prevê a criação de bulevar, mais áreas verdes e ciclovias. A estrutura idealizada será composta por três eixos. O primeiro irá abranger a região da rua Vitória e deve ser voltado ao entretenimento, com a criação de um bulevar semelhante ao La Rambla, em Barcelona, na Espanha. O segundo eixo, na rua Timbiras, será voltado para o setor de tecnologia, com concentração de empresas da área. O último ficará na região da rua Triunfo e será voltado para área residencial, incluindo a criação de uma grande praça, que funcionará como espaço de convivência.

Segundo o secretário, as mudanças não devem influenciar no trânsito da área, já que nenhuma via será fechada. Porém, há previsão de alargamento das calçadas já que a prioridade será dada a pedestres e ciclistas. Bucalem ressaltou ainda que a região é bem servida de transporte público, o que seria mais um motivo para que a mudança não afete o tráfego de veículos na área.

José Bicudo, presidente da Cia City – que faz parte do consórcio de empresas que elaboraram o projeto -, disse que haverá um estudo sobre a ampliação das calçadas. Em alguns pontos, pode haver estreitamento da via e, em outros, a calçada deve avançar para a área dos prédios.

Sobre a situação dos atuais proprietários de imóveis comerciais e residenciais na região, o secretário Bucalem garantiu que eles terão espaço no novo projeto.

Consulta pública

Desde o dia 17 de Novembro, a proposta de reformulação da região da Luz vai estar disponível na sede do consórcio para consulta pública. A sede fica na rua General Couto de Magalhães, 381, na Luz, centro de São Paulo. Também é possível fazer a consulta pelo site http://www.novaluzsp.com.br, que deve entrar no ar ainda nesta quarta.

A partir de agora, serão feitas reuniões com setores da sociedade pra aprimorar o projeto e uma audiência pública deve ocorrer em até dois meses. Após esse prazo, o consórcio se reúne novamente para concluir o projeto levando em conta as sugestões dadas e entregar à Prefeitura de São Paulo a proposta final. Só a partir daí, a prefeitura dará início a licitação da construção

Projeto da Nova Luz deve criar espaço no centro de São Paulo semelhante ao passeio de La Rambla, em Barcelona, Espanha

Fonte: R7

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Piso está renovado em boa parte das calçadas que vão da Sala São Paulo até o Anhangabaú

Calçada já reformada na região da Nova Luz. Foto: Renato Leary

Caminhar da Sala São Paulo até o Anhangabaú, passando por ruas da região da Nova Luz, vai deixando de ser uma sucessão de tropeços por causa do mal estado das calçadas. Em trechos ou na totalidade, algumas ruas já estão com as calçadas reformadas (ladrilho hidráulico) e em muito bom estado.

Até meados do ano, os reparos foram feitos pela Secretaria Municipal de Serviços na Rua Mauá (lado oposto da Estação da Luz), Avenida Duque de Caxias (lado oposto à Praça Princesa Isabel), Praça Alfredo Issa (toda), Largo General Osório, ruas General Couto de Magalhães, Washington Luiz, do Triunfo, dos Gusmões, dos Protestantes, Vitória e Beneficência Portuguesa, e avenidas Rio Branco e Ipiranga. De lá para cá outras ruas receberam o benefício.

Além das já citadas, integram as intervenções: Avenida Cásper Líbero, parte da Avenida Rio Branco e da Avenida Senador Queirós. Rua dos Protestantes, Rua Santa Ifigênia. As obras tiveram início em janeiro de 2009 e a previsão é de que estejam concluídas até o final deste ano, 2010. O valor do contrato é de cerca de R$ 16 milhões, compreendendo 26.835,45 m2.

Fonte: Viva o Centro

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